O mito da mentira

A comunicação se transformou num grande espetáculo midiático, tendo como palco a intolerância ideológica, o politicamente correto, a falsa e oportunista moralidade.

Para nós comunicadores está difícil conviver e administrar o que chamamos de o politicamente correto, uma demagogia que cerceia histórias e realidades para agradar a uma parcela crítica da sociedade. Aliás, um movimento seguido por diversas empresas e instituições, preocupadas em preservar a sua imagem e negócio.

Aqui tenho que ressaltar o lema olho por olho, dente por dente, um subterfúgio que justifica a vingança ou retaliação a uma acusação, algumas vezes infundada.

Mais que um artifício, o tema representa subjetivamente a lei de Talião. Porém, utilizado no mau sentido, quando a mentira vale mais que a verdade.

Para ser mais claro e objetivo, as Fake News utilizadas indiscriminadamente, podem ser o Abre-te Sésamo ou Santo Graal, que serve de desculpa e justifica todas as arbitrariedades.

Estamos vivendo um mundo que chamam de Mundo Novo. Uma falácia, um tipo de argumento que tem a intenção de parecer correto, mas, na verdade o que temos é um mundo cheio de preconceitos, falsos juízos, de censura, de falsas notícias e de redes que nada têm de sociais. Na verdade temos um mundo cheio de preconceitos, de ódio de politização que mais parecem tribunais da inquisição.

A cada dia leitores de jornais demonstram mais cansaço e raiva, diante da proliferação de matérias onde impera o negativismo, a ideologia, manifestada pela militância política, respaldada por uma falsa liberdade de expressão, sem escutar ou se preocupar com a opinião dos seus leitores.

Uma inversão de valores. Senão vejamos: a imprensa defendendo políticos que atacam a liberdade de expressão.

Talvez o novo esteja na comunicação digital, porém, não sabemos até onde os limites éticos serão respeitados. Considerando que perdemos a hegemonia da informação legitima, sem manipulações, precisamos fugir do espetáculo midiático, e valorizar a informação sem partido ou ideologias, sem desvios de conduta, sem a espetacularidade informativa.

A comunicação se transformou num grande espetáculo midiático, tendo como palco a intolerância ideológica, o politicamente correto, a falsa e oportunista moralidade, onde o abuso estratégico e oportunista se esconde através das palavras para criar o caos, manchar reputações, disseminando o ódio e conflitos, muitas vezes resguardado no anonimato partidário e político.

O que é isso se não Fake News?

O direito de opinar, a liberdade de expressão, estão sendo substituídos pelo totalitarismo ideológico, gerando uma censura radical de comunicadores e da comunicação.

Quem se beneficia realmente do egocentrismo e da liberdade idiota da autoafirmação?

Tudo depende do ponto de vista! Quem realmente usufrui com a desmotivação, ou melhor, com o uso indiscriminado da palavra ou tema Fake News?

Talvez as instituições pouco recomendáveis que esqueceram a importância da democracia.

O resultado é óbvio: sem controle reputações sólidas são arruinadas, causando danos irreparáveis à cidadania democrática, prejudicando e influenciando processos políticos, com teorias de conspiração, de ódio e radicalismo.

Diante de tantas interrogações, uma me chama particularmente à atenção.

Vejamos: se analisarmos com atenção a atual conjetura dos poderes, inclusive do governo, somos surpreendidos por uma guerra de generalizada de poder e imagem, uma subversão midiática apoiada por contradições e desrespeito à imagem das instituições, utilizada impunemente pelos próprios poderes sem exceções.

A resposta é óbvia, se eles fazem e não acontece nada, por que eu não posso fazer o mesmo?

Na verdade convivemos com dois pesos e duas medidas, tanto na avaliação quanto na responsabilidade, inclusive nos processos judiciais.

Na verdade estamos vivenciando uma inversão de valores, um universo medíocre de uma casta de beneficiários, isto sem falar das universidades pouco preocupadas com a capacitação, dos chamados artistas e pseudo intelectuais, igualmente comprometidos por uma falsa aura de imparcialidade e neutralidade midiática, polemizando, subvertendo e manipulando noticias, mais preocupados em denegrir em disseminar o ódio o confronto, que noticiar sem viés político

Só não vê quem não quer, estamos vivenciando o obscurantismo, a inquisição, uma cassa às bruxas, tudo com a tutela (de um tribunal das redes sociais), e apoio exacerbado da mídia e de grupos radicais.

Sem grandes exceções, todos fazem uso declarado das mídias sociais, reduto ideológico dos Fake News.

Neste cenário não podemos condenar a responsabilidade da tecnologia digital, ela nunca foi um problema, na realidade a tecnologia digital é uma alternativa uma porta de informação que veio para ficar, bem ou mal usada depende de cada um de nós.

O mundo da comunicação agradece, as empresas os consumidores agradecem, a dinâmica da informação agradece, mesmo sabendo que problema está na forma e conteúdo da sua utilização.

Temos que avaliar o limite, as questões éticas, as liberdades individuais, evitando que essa mesma liberdade não prejudique nem afete a liberdade de expressão.