Governança Turística: Está em Falta Ou em Alta?

Governança é um termo da administração cujo sentido é cuidar do todo, de forma que todas as partes possam interagir e trabalhar juntos. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

GOVERNANÇA TURÍSTICA: ESTÁ EM FALTA OU EM ALTA?

Já ouviu falar em Governança? Governança é um termo da administração cujo sentido é cuidar do todo, de forma que todas as partes possam interagir e trabalhar juntas. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Ainda conforme o IBGC, as boas práticas, o que no turismo chamamos de benchmarking, tem como objetivo otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. No turismo, deveríamos funcionar sempre através das Governanças. Não aquela burocrática e inoperante, imposta, que via de regra não entende as necessidades dos territórios, mas governança de resultados, voltados às melhorias contínuas de organizações e cidades, que tornem efetivamente lugares em destinos turísticos sustentáveis, através da colaboração de seus representantes. Mas o bom é explicar na prática. Vou apresentar pra vocês um resumo de três cases de Governanças Turísticas as quais participei: o Fórum Desenvolve Londrina, o Place Branding de Joinville e o Tour de Experiência para a Costa Verde Mar, no litoral norte de SC.

O Fórum Desenvolve Londrina (Londrina / PR - 2018) foi criado em 2003 com a missão de “estimular a participação da comunidade na discussão e solução de seus problemas, por meio de parceria e cooperação, visando o desenvolvimento sustentável”. A visão de futuro para 2034 era a construção de “ uma comunidade ativa e articulada, construindo uma cidade solidária, segura e saudável, tecnologicamente avançada, integrada com a região norte do Paraná e globalmente conectada, com a uma economia diversificada e dinâmica, gerando riquezas e promovendo o equilíbrio social, cultural e ambiental”. Cerca de 30 entidades estratégicas foram convidadas a participar, por conta da sua representatividade e poder de articulação, e o Instituto de Desenvolvimento de Londrina CODEL, o qual estava na qualidade de Diretora de Turismo, colaborava. Todos os anos, com a coordenação estratégica do Sebrae, era eleito um tema que era discutido ao longo do ano, onde vários especialistas eram convidados a participar e deixar a sua contribuição, compilados depois em cadernos setoriais. Em 2018 elegemos a Economia Criativa, o qual Cultura e Turismo estavam na pauta. Como resultado deste trabalho foi a criação de um caderno o qual compartilho com vocês, com cerca de 17 proposições prioritárias compiladas num Plano de Ação para desenvolver a economia criativa da região. Independente das ações, o espírito de pertencimento e o senso de responsabilidade despertados nos agentes envolvidos, por si só, já foi um grande resultado, pois todos entenderam a importância da comunidade se engajar no que quer realmente trabalhar e levar adiante.

Plano de Ação para o Place Branding (Joinville (2021/2022) foi realizado visando dar legitimidade para a nova identidade visual criada para a cidade, foram criados quatro eixos de desenvolvimento para que a marca Joinville, hoje sob o guarda chuva do Joinville Convention Bureau, destaca as dimensões estratégicas da cidade, através de eixos como a Inovação, Experiências, Cultura e Valor. Te explico as dimensões na sequência:

Cidade de EXPERIÊNCIA: Conjunto de projetos referentes ao turismo, hospitalidade, recepção, gastronomia, entre outros. 

Cidade de CULTURA: Conjunto de projetos referentes à arte, atividades culturais, museus, tradições, eventos, festivais, entre outros.

Cidade de VALOR: Conjunto de projetos referentes à vivência do morador como benfeitorias urbanas, espaços públicos, qualidade de vida, bem-estar, entre outros.

Cidade de INOVAÇÃO: Conjunto de projetos referentes à tecnologia, inovação, economia criativa, indústria, negócios, entre outros.

Para cada grupo, foram escolhidos representantes de cada setor, onde foram elaborados quatro Planos de Ação diferentes, com iniciativas que foram espalhadas por toda a cidade, com resultados incríveis como a criação da Agenda Integrada de Eventos da cidade, que pode ser acessada através do www.vivajoinville.com.br. As ações continuam acontecendo, envolvendo várias empresas, organizações e poder público.

Litoral de Santa Catarina - COSTA VERDE MAR (2022): A Costa Verde & Mar, localizada na região centro norte do Estado de Santa Catarina, tem como representante mais notória, Balneário Camboriú (83 km da capital) que conquistou espaço como um dos destinos turísticos mais procurados e desejados do Brasil. Fazem parte deste consórcio as cidades de Piçarras, Penha, Navegantes, Itajaí, Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas.

Para esta região, trabalhamos os Roteiros de Experiências Turísticas, onde várias cidades destacaram experiências únicas a serem vivenciadas. Ao longo de 8 meses, cidades e equipamentos turísticos foram visitados e classificados para que, posteriormente, fizessem parte do leque que seria ofertado pela região ao mercado turístico. O conceito do Turismo de Experiência traz a ideia de estimular vivências e o engajamento em comunidades locais que geram aprendizados significativos e memoráveis. Nesta região, trabalhamos junto à Governança a remodelagem de formato e divulgação, readequação dos equipamentos e opções disponíveis na atualidade.

Considerações finais

Em cada região, resultados diferentes. Você poderia perguntar o que estes três destinos turísticos têm em comum, e eu respondo, a vontade de profissionalizar cada vez mais as atividades turísticas. Para que em cada uma delas o trabalho alcançasse seus objetivos, foram necessários buscar no que o IBGC defende como missão, ou seja “otimizar o valor econômico de longo prazo, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão…”. Trazendo para o Turismo, transcendemos a visão puramente econômica, pois cada ação carrega a responsabilidade ambiental e social, de respeitar o meio ambiente, assim como a geração de centenas de empregos, diretos e indiretos. O turismo traz na sua essência a democratização dos recursos, sejam eles financeiros, humanos ou tecnológicos. Nos próximos artigos apresentarei com mais detalhes  o desenvolvimento do trabalho em cada Governança Turística. Aguarde e confira ;)